sexta-feira, 24 de abril de 2009

Penélope de David Mourão-Ferreira

Mais do que um sonho: comoção!
sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido
e recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste a meu pedido
mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
"
Um poema maravilhoso de um dos grandes poetas contemporâneos portugueses do séc XX.

6 comentários:

netuno artes disse...

Penélope esposa de Ulisses, filha de Ícaro e Periboea, enquanto seu amado não retornava da guerra de Tróia, é forçada pelo pai a casar-se novamente, e apesar de apaixonada pelo marido, concorda com o pai, mas só o faz mediante a promessa de término da confecção de um tapete.
Assim aceito a proposta dada por ela mesma, Penélope começa a confecção da obra, costurando o tapete durante o dia e o desfazendo à noite.
beijos carinhosos

iILÓGICO disse...

ana, belo poema, hem?

o abraço dos enamorados, tecendo uma vestimenta que nos torna cúmplices: em cheios de sentir, de emoções...
ah... a paixão de momentos marcantes...

abraços

João Reis disse...

Poeta apaixonado. Poema lindo. Bom fim de semana
bjs

meus instantes e momentos disse...

Lindo poema inserido no contexto da beleza do teu blog.
Gosto daqui.
Tenha um ótimo final de semana.
Maurizio

MRB disse...

Muy buen gusto para elegir los poemas. Gracias amiga por visitarme.

Te dejo un cálido abrazo de fin de semana.

Táxi Pluvioso disse...

Ó coincidência... ando a pensar falar no Mourão-Ferreira um dia destes.