terça-feira, 16 de outubro de 2018

Memória ACESA - Ana Casanova


Memória ACESA
Ana Casanova

Sentidos lampejantes de acácias rubras
pintando as avenidas da memória

da Mãe África que vive em mim!
Em ti, eu sonho ficar
Ao lado da minha gente
abraçada pelo sol quente
banhada por esse mar
onde me fiz mulher...
Sonho com a sombra das palmeiras
ondulando ao sabor do vento
oiço o batuque e reco-reco
que no meu peito fazem eco
onde a memória sempre volta
pelo amor que transborda
E que em mim vive eternamente.



Livro Solidário Bilingue "À Sombra do Silêncio/ À L'Ombre du Silence" - Editora Mosaico de Palavras

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Eco dos Afectos - Lançamento na "Librairie de L'ile" em Genebra









































Caros amigos, no dia 24 de Maio de 2018 pelas 18.30, na Librairie de L'ile em Genebra, foi lançado o meu nono livro de poesia "Eco dos Afectos". A apresentação de autora e obra, foi feita pela jornalista e escritora Jessica Da Silva Villacastin.
Estava um fim de tarde lindo e quente mas a proximidade do rio Rhône transmitia-nos uma certa frescura e tranquilidade, numa cidade que aquela hora é extremamente movimentada. Enquanto esperávamos a chegada de alguns amigos, íamos ouvindo Waldemar Bastos cantando "Muxima" bem como outros temas de Bonga, "Tenho uma lágrima no canto do olho" e Paulo Flores, "Poema do Semba". Realmente a uma quinta-feira às 18.00 horas sair do trabalho e atravessar Genebra, é mesmo complicado e nem todos o conseguiram. Alguns queridos amigos, chegaram para dar um beijinho e logo partiram, sem direito sequer a registo fotográfico, mas todos os gestos de carinho mesmo dos que não puderam estar fisicamente mas que sei que estiveram comigo, de alma e coração, Não serão nunca por mim esquecidos.
A apresentação foi feita num espaço que a livraria reserva para o efeito e desta vez de uma forma diferente. Jessica Villacastin, traduziu os poemas que quis colocar em relevo como, "Há momentos",  "Estranha Vontade", "Voragem" e "Em Verso". Após uma breve apresentação também em português e francês, sobre as minhas biografia e bibliografia, resolveu passar às questões, achando que seria muito mais interessante e dinâmica uma apresentação em forma de conversa. Uma conversa onde a assistência também fez as suas intervenções, colocando questões sobre o tema da minha inspiração, onde se falou no AO (acordo ortográfico) que simplesmente rejeito, mas demonstrando também uma certa curiosidade quanto aos livros que tenho mas já escritos a residir em Genebra. Realmente a diferença sente-se desde o antepenúltimo livro já aqui escrito... Referi entre tantas outras coisas, como a saudade, palavra tão nossa, tem cada vez mais peso e li para todos os presentes o meu poema "Saudade". Impossível não me emocionar ao pensar nos meus filhos a quem dediquei aquele poema e não me passou despercebida a emoção de muitos. Mais uma vez e cada vez com mais peso o que para mim é uma felicidade, estiveram presentes membros das várias comunidades:Angolanos,Portugueses, Moçambicanos e Guineenses.  Esta é uma luta que travo e em que acredito, a da necessidade cada vez maior de união entre toda a comunidade lusófona. Presentes nesta "festa" da palavra e dos afectos, os presidentes das associações "Laços" e a A.L.C.A. - Cidadania Activa, que patrocinaram este meu livro. Finalizámos com o tradicional Porto de Honra e as dedicatórias e fotografias e mais uma vez os afectos se fizeram sentir nas palavras e nos abraços calorosos. Como sempre, acredito que é o Amor a força motora de toda a existência e só ele me permite prosseguir nesta viagem da vida, sempre acompanhada da Poesia.                     

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

ENVOLVÊNCIA



É doce o sonho
que me transporta
quando me perco
na respiração do teu sorriso
É no teu olhar de infinito
que me movo em euforia e onde atraco
pela intensidade do desejo que demora...
Pois quando nele mergulho
perco o pé.

Ana Casanova

Tela da artista plástica portuguesa, Lena Gal



sábado, 13 de janeiro de 2018

SENTIDOS


Sigo sempre os meus sentidos
Sei que valem a pena...
e tantas vezes sai poema
Não sei ainda o que procuro
mas desta forma vou
matando a tristeza, seguindo sempre
os meus sentidos.
Verdadeiros, despidos
Onde sem pena, vivo apenas.

Ana Casanova


Tela da artista plástica Angolana, Dila Moniz