segunda-feira, 26 de julho de 2010

GRITO - Francisco Amaral Jorge


Ainda não era o tempo do
cacimbo
e já a tua tela procurava
marcar o ritmo dos tambores
As cores e as formas
eram desenhadas com raiva
e faziam nascer o teu grito
Um grito nascido
das cores que só tu sabias
misturar
Um grito nascido
das tuas mãos que de forma
ágil percorriam a tela
Um grito que era nosso e queriamos que rebentásse no
Universo
Por isso o vermelho
o verde o amarelo
o sangue
Por isso o azul
o castanho o preto
a lágrima
Por isso o cinza
o roxo o branco
o silêncio
Vai amigo
arranca todas as cores da tua memória
e pinta todos os gritos
de todas as mães
que já não sentem a seiva no seu corpo
Vai amigo
mistura os amarelos os vermelhos os pretos
mistura os cinza e os azuis
e pinta suavemente a curva ágil da gazela
a matar a sede no deserto
"
Francisco Amaral Jorge, embora nascido em Portugal, é de Angola que guarda recordações intensas e marcantes que tão bem retrata na sua poesia.
Uma poesia que podem conhecer através do seu blogue aqui linkado e que convido a visitar.
A tela "Grito" aqui retratada no seu poema é do artista plástico Henrique Arede.

terça-feira, 20 de julho de 2010

MOMENTOS...


Uma luz que se faz
num sorriso aberto
que encanta
numa gargalhada
um coração que bate
que está vivo!
Uma ansia imensa
vontade intensa
de viver sem medos
mais um momento da Vida!
"
Ana Casanova

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nua


Aqui onde reinam as palavras
onde as deixo fluir
sem medos ou restrições
julgamentos ou comparações
Aqui onde me solto
onde sou apenas EU
e me liberto!
Aqui canto, danço
Voo e toco as estrelas
Deito-me na lua,
despida de preconceitos
Aqui estou nua
apenas eu.
Meu corpo e minha alma!
"
Ana Casanova

sábado, 10 de julho de 2010

Gesto Solitário


É neste gesto solitário
que me aproximo de ti
Não sei se consigo
Tão pouco sei se me entendes...
Se ouves o meu grito mudo
Se sentes o meu desespero
Se vês como estou perdida...
Mas é desta forma que chego a ti!
Quando te escrevo...
"
Ana Casanova

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pela metade


Não te quero só em partes
não te desejo só pela metade.
Quero partilhar contigo tudo!
Tudo o que tu queiras
Tudo que o que me possas dar
que queiras partilhar
o teu corpo, a tua alma
o teu sorriso, os teus beijos
a tua experiência e anseios
as tuas loucuras e brincadeiras
tuas dúvidas e temores.
Não te quero só pela metade
porque metade é tão pouco pra mim...
Ana Casanova