No dia 01 de Março de 2014, lancei o meu 5° livro de Poesia na Livraria Camões em Genebra - Suiça.
Obra e autora foram apresentados pelo meu querido amigo Benjamim Ferreira, Professor, Ex-Consultor das Nações Unidas e Director da Fundação OISTE.
A apresentação foi para mim uma enorme surpresa porque diferente de todas as que tive até hoje. Cada uma marcou à sua maneira pelas pessoas que escolhi, pelos momentos da minha vida que marcaram, porque como sempre repito, cada livro é um filho nascido da alma.
Todas foram especiais, esta para além disso, foi diferente!
Duas pessoas colaboraram de forma brilhante, dizendo poemas, a professora Luz Neto e Olinda Fazendeiro. Soube todos os pormenores no final da apresentação.
Começámos com poesia de Ary dos Santos, de Maria Teresa Horta e textos retirados da Biblia falando do acto amoroso. Foi lido até, um texto de 43 A. C....
Durante toda a apresentação tivemos música, uma delas de que falo num dos poemas do livro, de Percy Sledge, "When a man loves a woman.
A livraria encheu, e para além dos amigos que já conhecem e que estão sempre comigo como Carmen Ferreira que faz cerca de 700 Km para estar presente e Osvaldo B. Ribeiro, tive também a presença do Presidente da "Rádio Arremesso" onde fui entrevistada dias antes, a presença da chanceler do Consulado Português, Dra Maria Helena do Valle, a jornalista Ana Gregorio que no final me colocou algumas questões para a "Gazeta Lusófona, jornal mensal distribuido para toda a Suiça.
Quero salientar uma observação da propria jornalista e que muito me agradou.
A presença de membros da Comunidade Brasileira o que não é costume.
Tenho graças a Deus muitos amigos Brasileiros e que fizeram questão de estar presentes. Agradeço a todos mas muito especialmente aos meus queridos amigos Crys de Paula e Leonardo Queiroz.
Como sempre, agradeço a organização do evento pelo proprietário da "Livraria Camões" o Sr António Pinheiro e à minha amiga Lourdes Carriço todo o apoio desde a primeira apresentação em Genebra.
Agradeço também ao meu querido filho, César Casanova de Sousa, toda a concepção do livro sendo ele o autor da capa, aliás de todas as capas e ilustrações dos meus livros.
Não poderia esquecer o meu grande amigo, o escritor António Galrinho, que prefaciou o livro e que desencadeou a feitura do mesmo, quando me disse que se reunisse num livro a minha poesia sensual/erótica, teria todo o gosto em fazer o prefácio. É um estudioso deste género de poesia.
Não querendo esquecer nada nem ninguém mas porque o texto se alonga, deixo-vos com o texto com que Benjamim Ferreira me apresentou, contando uma história que aqui partilho convosco:
HISTORIA DE UMA
AFRICANA BRANCA ESCRITORA
Disseram-me, dela,
a ousadia que a habitava quando, em noites de imbondeiros e gazelas, escrevia à
luz do luar. Sem medos dos fantasmas próximos e sem as bebidas mágicas de
curandeiras pintadas. Só, Sozinha...face a estranhos ruídos de silêncio
africanos e às sombras rápidas de guerreiros esguios.
Mais ainda; soube que casara jovem, nova,
diria mesmo, como a maioria das meninas africanas habitantes das franjas do
sonho e da leveza de um pé de dança. Pé leve, olhar transparente, vida mulata
de acontecimentos na fronteira do imprevisto: casamento, filho, divórcio,
paixões...sob os efeitos alucinogénios e imaginários de um absinto ausente.
LEITURA
DE Menina e moça....
Não sei se isso
aconteceu assim ou se as magias de curandeiros e de mulheres pintadas não incharam
a imaginação na narrador. Diz-se, contudo, que as suas palavras gravadas em
poemas curtos “falam de prazeres, dores, saudades, sorrisos, amor, paixão,
desejo, erotismos e sexo.”
LEITURA
PAG 20
EROTISMO E SEXO: o
binómio que todos/todas calam por pudor, vergonha o medos ancestrais de
demónios à espreita; sobretudo em momentos mais propícios ao surgir de desejos
abafados no pôr-do-sol de tantos dias; Ocaso do dia? Tentação da noite? Pecado
em crescimento?
LEITURA
PAG 39
Dizia o narrador
que a menina/mulher africana branca não viveu esses medos de criança e deu asas
a todos os voos possíveis de experiências e vivências. Nunca se sentiu ameaçada
pelos vozes de uma moral medieval que considerava a mulher como a porta do
inferno nem nunca usou a palavra crua para exaltar um firmamento de estrelas,
em vaivém. A menina/mulher africana branca está mais perto do Ovídio, escritor
romano do ano 43 A.C que de Santo Agostinho, pensador e filósofo da Igreja, do
séc, IV da nossa era.
LEITURA
PAG 43
A menina/mulher
africana branca sabe que os dias são sempre longos de desejos e as noites
sempre curtas de amores vividos e vadios. E se o desejo erótico é um labirinto
verde (talvez como o absinto), ele caminha à procura de um corpo, na pressa de
se converter em fogo.
LEITURA
PAG 46
Mais ainda soube
da boca do narrador. Que quem diz o que pensa, é pensador. Quem diz, expressa,
escreve o que sente escritor. Quem publica e ousa difundir o que sente, o que
fez, o que lhe agita a imaginação e o corpo, é “ousador”. Talvez sob o efeito
do absinto e a pulsão da vida. Talvez sob o desejo de partilhar momentos de
fogo e de paixão. Talvez porque o espaço não existe quando a confusão da paixão
explode em furacão de muitas gotas.
Eu tenho a ousadia
de vos ler um poema que considero o melhor desta publicação. Sem absinto verde
e sem alucinações amorosas. Simples,
direto, profundamente erótico
E A AUSENCIA DE ESPACO
ENTRE AS NOSSAS PELES
QUE ME VESTE.
E O DESEJO NOS TEUS OLHOS
QUE ME DESPE.
Benjamim
Ana Casanova,
2014.
7 comentários:
Parabéns mãe! É sempre um orgulho ver-te lançar e partilhar novos livros, novos poemas e novas histórias... Espero que consigas alcançar o sucesso que mereces.
Beijos
Obrigada, querido filho! Fazes parte deste sonho que se concretizou e sem ti nada seria igual, tenho certeza absoluta. O teu trabalho é extraordinário! Sempre juntos, meu amor. Beijinhos
Olá Ana,
Uma vez mais parabéns por mais este magnífico livro!
Ao César quero também dizer que gosto de toda a composição em si, está lindo, força!
E eu embora sendo longe, é sempre com gosto que me desloco a Genebra.
Desejo o maior sucesso a ambos.
Beijinhos dos Alpes
Ola Carmen
agradeço em meu nome e do Cesar.
Acho que sabes, minha amiga, que sentiria muito a tua falta ali sempre em frente a mim, nas aprsentações em Genebra.
Recebe um abraço muito apertado.
E enganei-me e escrevi mal "apresentações".
Temos que ter um cuidado enorme por causa dos "críticos"! ;)
Espero que, no final, tenham bebido todos absinto :))) bfds
pretty nice blog, following :)
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