segunda-feira, 26 de julho de 2010

GRITO - Francisco Amaral Jorge


Ainda não era o tempo do
cacimbo
e já a tua tela procurava
marcar o ritmo dos tambores
As cores e as formas
eram desenhadas com raiva
e faziam nascer o teu grito
Um grito nascido
das cores que só tu sabias
misturar
Um grito nascido
das tuas mãos que de forma
ágil percorriam a tela
Um grito que era nosso e queriamos que rebentásse no
Universo
Por isso o vermelho
o verde o amarelo
o sangue
Por isso o azul
o castanho o preto
a lágrima
Por isso o cinza
o roxo o branco
o silêncio
Vai amigo
arranca todas as cores da tua memória
e pinta todos os gritos
de todas as mães
que já não sentem a seiva no seu corpo
Vai amigo
mistura os amarelos os vermelhos os pretos
mistura os cinza e os azuis
e pinta suavemente a curva ágil da gazela
a matar a sede no deserto
"
Francisco Amaral Jorge, embora nascido em Portugal, é de Angola que guarda recordações intensas e marcantes que tão bem retrata na sua poesia.
Uma poesia que podem conhecer através do seu blogue aqui linkado e que convido a visitar.
A tela "Grito" aqui retratada no seu poema é do artista plástico Henrique Arede.

13 comentários:

Hugo de Oliveira disse...

Oi Ana,


que saudades de passar por aqui. Estava com uns problemas pessoais e por isso, estava só deixando postagens programadas e nunca tinha tempo para passar por todos os blog.

abraços

Hugo

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida
Um lindo poema, lembrando as cores de África, adorei.
Vou visitar o blog.

beijinhos com carinho
Sonhadora

ANIMAÇÕES disse...

Nossa, que poema magnífico..
confesso que me transportei em pensamentos e vi imagens de Angola...

Parabéns amiga Ana...
um beijo deste lado de cá do Atlântico

:.tossan® disse...

Muito bonito! Pintou todos os gritos, mas suavemente. Beijo moça

AFRICA EM POESIA disse...

Parabéns pelça poesia.
um beijo

AFRICA EM POESIA disse...

LINDA HOMENAGEM.
Amigo é...isso...

BSIJOS

Toninho Moura disse...

Como é linda a língua portuguesa. Como me orgulho de vir daí, trazido no sangue dos portugueses que enfrentaram a prosela e foram o principal ingrediente da rica mistura que somos nós, brasileiros.

Vivian disse...

...ah que linda!!!!!!

que belissima homenagem ao
poeta Francisco A Jorge
que tão bem retrata a
sensibilidade de TODOS
os portugueses.

só vc com este coração generoso
poderia nos presentear com tal
encanto.

meu beijo desde um Brasil
com frio,
mas com corações calorentos.

Táxi Pluvioso disse...

Bom... pedindo "mistura os amarelos os vermelhos os pretos", e se lhe juntarmos o branco, corre-se o risco de ter mais uma América :-))))

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Ana...um poema forte, emocionante em todos os sentidos...esse pedaço me me falou de forma muito forte ao coração...vai amigo, arranca todas as cores da tua memória...
esse falar de cores exprime um querer sentido, emocionado...
Lindo poema...vou lá visit-alo e conhecer um pouco mais da sua poesia...
Bela homenagem amiga...mas ele já passou por aqui?

Um abraço na alma
beijo

Jeferson Cardoso disse...

Belíssima tela e poesia.
O grito tem todas as cores, quanta expressividade!
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com

Francisco Jorge disse...

A todos que aqui deixaram palavras simpáticas sobre o meu poema e sobre a tela do Henrique Arede o meu obrigado.Se quiserem conhecer melhor a minha poesia podem visitar o meu blog poesiaamaraljorge.blogspot.com

Obrigado

Ana Casanova disse...

O Blogue do Francisco Amaral Jorge está linkado aqui no Anavision. É só entrar e linkar também. ;D
Um beijo queridos amigos.