Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…
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É considerada como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.
Florbela Espanca é uma poetisa que me toca pela sua forma de escrita tão sofrida e passional, tão feminina.Nunca foi compreendida e o sofrimento, solidão e desencanto amoroso é profundamente sentido através dos seus poemas.
7 comentários:
Não conhecia este poema, e achei deslumbrante, é maravilhoso saber escrever coisas tão belas, admiro os poetas, gostaria muito de um dia conseguir fazer um poema,
beijo,
netuno
e as vezs eu queria ser outra pessoa
Alguém postou esse poema não faz muito tempo. E gostei do último verso. Quando li, pensei:"Mas onde mesmo que li isso".
;)
Sabes que me encanta la poesía, pero no conozco a dicha autora.
Te deseo un plácido y feliz domingo.
Adoro poesia...todas, mas as da Florbela são as que mais me identifico...bela escolha vc teve!
Boa semana Ana...bjo carinhoso.
QUERIDA AMIGA,
VOLTEI AQUI SÓ PARA TORNAR A LER, É LINDO MESMO, MUITO BOM GOSTO,
BJS NETUNIANOS
Hmmm... esta Espanca, não sei não, talvez falta de lítio ou Prozac.
Vou tentar meter o António Botto no próximo post, que foi o único poeta que compreendeu os portugueses. Se lêssem o Botto em vez do Pessoa, ninguém ficaria espantado com o "escândalo Casa Pia".
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