quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Angolano



Ser angolano é meu fado, é meu castigo
Branco eu sou e pois já não consigo
mudar jamais de cor ou condição...
Mas, será que tem cor o coração?

Ser africano não é questão de cor
é sentimento, vocação, talvez amor.
Não é questão nem mesmo de bandeiras
de língua, de costumes ou maneiras...

A questão é de dentro, é sentimento
e nas parecenças de outras terras
longe das disputas e das guerras
encontro na distância esquecimento!


Neves e Sousa


Além de pintor era também poeta e soube retratar as gentes e a terra Angolana como ninguém, ta
manha a sua paixão.
A mesma paixão que me alimenta e me faz deixar aqui este belo e sentido poema na ultima postagem que faço este ano.

Desejo a todos um Feliz Ano de 2010 com muita Paz, Amor, Saúde e Sucesso!
Agradeço de forma muito sentida a vossa companhia, dedicação e carinho que retribuo. É bom estar aqui convosco!

Ana Casanova



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal

"Mãe negra" de N´Tangu


Natal
Do menino negro
Que é igual
Ao menino branco
E o menino negro
Ao ser amamentado...
A sua Mãe
Também Negra
Alimenta-o
Dá-lhe o seu leite
Leite de Negra
Que é apenas
Leite Branco!...

LILI LARANJO


Agradeço ao meu querido amigo António Pais, a oferta deste livro que me proporcionou conhecer a escritora Lili Laranjo, uma pessoa sensivel e lutadora. Temos todos em comum o amor por Angola e o sonho que tenho a certeza partilham comigo, de que nesta época de reflexão, se questione e reflicta e se faça passar a mensagem de que o Natal num sorriso de criança devia ser todos os dias.
Lili diz no seu livro que "cada um de nós não pode mudar o mundo mas todos juntos conseguiremos pelo menos incomodar".
Transcrevo também a dedicatória que escreveu no meu livro e que diz:

Ana
um livro e um amigo são para sempre.
Portanto, aqui está o António!...
Um beijo
Lili Laranjo


Desejo a todos um Natal com muita Paz e Amor

Ana Casanova




domingo, 20 de dezembro de 2009

Deste modo ou daquele modo


Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.


Alberto Caeiro


Apenas transcrevi parte deste poema que me toca muito particularmente.


Ana Casanova

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Orgulhosa!


Hoje estou feliz! Sei que sou uma tola mas só tenho vontade de chorar de tanta emoção e alegria.
O motivo é dos melhores porque é de muito orgulho pelas boas novas que tive acerca da evolução do Gonçalo.
Estamos no final do primeiro período escolar e levei ao pedopsiquiatra, a avaliação da Professora do apoio especial . O Gonçalo evoluiu em todas as vertentes.
Doi-me, sempre que leio escrito num papel, que o meu filho tem um problema cognitivo grave dados os problemas de dislexia, disortografia e hiperactividade com défice de atenção mas saber que a cada ano evolui e neste momento se encontra totalmente motivado para aprender a escrever e ler é muito bom!
Devem-se lembrar da conversa que tive com ele no principio do ano e do que ele me prometeu.
Estamos a lutar todos em conjunto e os resultados estão à vista. O médico disse-me ainda hoje que há muito caminho a percorrer e a luta vai ser dura mas estamos cá para isso!
Quando o médico lhe apertou a mão e deu os parabéns e o sorriso dele se abriu, eu senti um orgulho sem limites.
Chegámos da consulta, comeu a correr e foi para a escola, porque detesta chegar atrasado.
Eu como sabia que hoje era dia de apoio, tive que ir à escola para saber mais detalhes e fazer as mil e uma perguntas que tinha e tenho sempre para fazer.
A professora diz que o Gonçalo está extremamente motivado, mais solto mais feliz, com uma maior auto-estima e o trabalho desenvolve-se em todas as vertentes. A sua educação está baseada na funcionalidade e com suporte no concretizável. Soube que a escola para onde irá no próximo ano, é das poucas escolas que já tem um projecto para crianças com caracteristicas especiais e são 30 meninos. As disciplinas serão escolhidas em conjunto por pais e professores e mesmo disciplinas como português e matemática estão de acordo com as suas capacidades e plano de estudo específico. Têem depois as aulas de apoio e as oficinas. A inovação é exactamente esta. Soube o que me deixou completamente estupefacta, que houve muitos pais de meninos sem qualquer problema que estavam contra as oficinas porque achavam que os nosso filhos estavam a ser beneficiados. Como é isto possivel? Será que eles não conseguem pensar como seria bom se o meu filho não precisasse de atenções especiais? O egoismo, a inveja e a maldade impera em muitas almas, infelizmente. O que importa é que o projecto está já em concretização e com sucesso e as crianças terão aulas de artes, informática, carpintaria e outras. Estão a acabar com as escolas especiais porque as crianças são todas iguais e têem que estar integradas. Se as colocam de parte logo em pequenas, como querem que depois sejam aceites em adultas?
A escola acompanha os alunos até à idade adulta integrando-os no mercado de trabalho, o que me deixou muito satisfeita e mais tranquila.
Entretanto e como começou agora a ter futebol como actividade extra, soube agora mesmo que o Gonçalo está a jogar como ponta de lança, tem o seu primeiro jogo no sábado e o treinador considera-o com bastantes capacidades.
Com tudo isto estou como uma "perua inchada" mas acho que me entendem e como até estamos no Natal...
Beijinhos para todos, meus e do Gonçalo.

Ana Casanova

domingo, 13 de dezembro de 2009

De mãos dadas


Num campo lindo e florido
Demos as mãos, e
Escrevemos um poema
Poema de amor, de amizade
Poema onde a saudade
Tem um fundo colorido
Poema que nos invade
Poema de quatro mãos
Poema que é canção
Uma bela cantilena
Poema que nos une
Muito embora a distancia
Em tudo nos aproxime
Através do oceano
Transportados em sonhos
Na sintonia das palavras
Na maré das emoções
Poema que nos transporta
Em continentes e ilhas
Nesta imensa simbiose
Pura, singela e sem medos
E, juntos desafiamos
Tudo o que nos afasta
Pela força da partilha
Num poema a vinte dedos.
"
Adriano Carôso/Ana Casanova
"
Este poema a quatro mãos foi feito com muita amizade e carinho entre dois amigos.Tinha visto belíssimos poemas feitos por outros blogueiros e foi pra mim muito gratificante, escrevê-lo, com um poeta como o Adriano.
Apeteceu-me voltar a publicá-lo porque sinto imensas saudades dele e não me esqueço do prazer que nos deu fazê-lo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sensualidade


Sensualidade está num, olhar num gesto, numa atitude expressa. Algo belo, natural e espontâneo que existe em nós. Nem sempre está imediatamente visível, já que muitas mulheres o têm latente em si e apenas não o exprimem por pudor, pela educação que tiveram...

Todas temos um determinado encanto, um jeito muito nosso de ser, de nos expressarmos com palavras ou num gesto que tantas vezes diz tanto ou mais que muitas palavras. Marcar presença, ser feminina e saber usá-lo a nosso favor.

Hoje vivemos num mundo em que muito nos é exigido, já que sensualidade e sedução são fortemente exploradas. Continuo a achar no entanto, que mesmo que confundidas, na medida em que provocamos quem nos olha, ou quem nos olha se sente provocado, não são exactamente a mesma coisa.

A sensualidade está em nós e a sedução é produzida para surtir um determinado efeito. Acho que podemos usá-las na dose certa e com certeza nos sentiremos mais bonitas, radiosas e os relacionamentos serão bem mais prazeirosos!

Ana Casanova


Este texto foi escrito para um blog chamado Sensuality bem como outros dois que pretendo publicar aqui, a convite de um amigo. Uma parceria num blog onde falariamos de homens e mulheres, sensualidade, paixão, erotismo, desejo. Aceitei prontamente e tenho pena que por falta de tempo dele, não tenhamos continuado a escrever.

Para ti Richard, um grande beijinho.

domingo, 6 de dezembro de 2009




Amar é uma coisa

e desejar é outra.

Desejo, ternura, paixão

ou é apenas falta que sinto

ou o medo da solidão.

Preciso muito de ti

isso eu sei!


Ana Casanova